
Por volta de 1555, Duarte Coelho Pereira, donatário da Capitania de Pernambuco, doou a seu cunhado Jerônimo de Albuquerque, terras da propriedade de Paratibe, território de Olinda.
Jerônimo de Albuquerque ao casar a filha, Dona Antônia de Albuquerque, entrega como dote as terras que fora doada ao genro, o português Gonçalo Mendes Leitão, que logo tratou de desenvolvê-las.
Em 1555, inaugura o Engenho de Açúcar Paratibe, movido a água, localizado à margem direita do rio Parátype, (Paratibe, segundo Alfredo de Carvalho, é corruptela de PIRA-TY-PE, nos peixes brancos, nas tainhas). Em 1559, com a benção do irmão D. Pedro Leitão (2º bispo do Brasil), inaugura também, uma igreja em honras a Stº Antônio, situada em Jardim Paulista próximo ao Rio Paratibe.
Gonçalo Mendes Leitão e sua mulher tiveram larga descendência e viveram por muitos anos na sua propriedade, mas D. Antônia de Albuquerque, já viúva, vendeu algumas terras de Paratibe e assim sucessivamente veio a retalhar-se a propriedade e cair no domínio de vários possuidores.
Posteriormente. João Fernandes Vieira comprou o Engenho Paratibe de Baixo (parte da propriedade original) e toda a propriedade dos Maranguapes, onde fez construir e inaugurou em 1656, a Igreja de N. Sª dos Prazeres dos Maranguapes, Matriz da Paróquia do Paulista desde 1710. Sofreu um misterioso incêndio em meados dos anos de 1950, que desde então se encontra em ruínas.
No século XVIII, por ordem do Rei de Portugal, foi edificada a fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, em Pau Amarelo, local onde dera-se em 1630, a invasão dos holandeses, permanecendo como referencial histórico.


A ORIGEM DO NOME PAULISTA
Em 1683 toda a propriedade, inclusive a de Maranguape, foi vendida a Manoel de Moraes Navarro, chamado de "O Paulista", por vir de São Paulo. Comandava parte das forças governamentais que destruíram o Quilombo dos Palmares, reduto de brancos res, negros e índios que sonhavam com a erdade.
Os engenhos foram se multiplicando em toda Capitania e no século XIX, já existiam várias usinas, inclusive a de Timbó, encrustada nas terras pertencentes aos Rodrigues Lima & Cia., cuja propriedade e a pequena fábrica de tecidos de algodão (sacos), foram vendidas em 1904 ao grande empreendedor sueco, naturalizado brasileiro, Herman Theodor Lundgren.

Cidade das Chaminés e dos Eucaliptos, foi pioneira no Nordeste em fábricas de tecidos de algodão. Com a morte de Herman Lundgren (1907), a Companhia de Tecidos Paulista - CTP, passou a ser administrada por seus filhos João Frederico, Alberto e Arthur Lundgren. Depois pelos seus netos, sob a presidência do Sr. Nilson e Carlos Nogueira Lundgren.
Paulista possui um grande Parque Industrial, mais precisamente em Paratibe e que já teve grande pujança. Era o 2º distrito do Município de Olinda até 1935, quando então foi assinada sua emancipação política pela Lei Estadual Nº 11, de 04 de setembro de 1935.
Além da vocação industrial, Paulista também se destaca pela sua tendência turística. Seus monumentos. Igrejas, o Forte de Pau Amarelo, a Casa Grande, etc., despertam a curiosidade e deslumbram os visitantes, turistas nacionais e estrangeiros.
A orla marítima encanta os visitantes face a beleza da paisagem, com os seus coqueirais, praias de águas mornas e calmas, próprias para um tranqüilo e revigorante banho de mar, passeios de catamaras e variados esportes náuticos. Isso tudo sem falar que é na Praia de Maria Farinha, que encontra-se um dos maiores parques aquáticos do Brasil: o Veneza Water Park, movimentando um grande número de turistas, que entusiasmados desfrutam de suas inúmeras atrações.
Origens e os primeiros engenhos
Tudo começou com a antiga eng. sesmaria de Paratibe, doada por Duarte Coelho a Jerônimo de Albuquerque. Nos anos 1550, essas terras viraram dote para Gonçalo Mendes Leitão, casado com Maria do Espírito Santo Arcoverde, filha indígena de tabajara. Foi ele quem ergueu, em 1559, um engenho-d’água, um sobrado residencial e uma capela dedicada a Santo Antônio — abençoada pelo bispo Dom Pedro Leitão
No final do século XVII, o Engenho Paratibe de Baixo mudou para mãos de Manuel Alves de Morais Navarro, natural de São Paulo, passando a se chamar “Engenho do Paulista” — origem do nome do município
Histórias de revolta
Durante a Revolução Pernambucana de 1817, morria o padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, que se suicidou após perceber a derrota. Seu corpo foi desenterrado e sua cabeça exposta no Recife pelo almirante Rodrigo Lobo — um episódio marcado pela brutalidade da repressão, nas ruinas de Maranguape II igreja Nossa Sra dos Prazeres.


Desenvolvimento industrial e explosão urbana
Paulista só veio realmente se transformar no início do século XX, quando Herman Lundgren, imigrante sueco, adquiriu em 1904 a Companhia de Tecidos Paulista (CTP). Isso alimentou um acelerado crescimento urbano e econômico. O distrito foi criado em 1907, emancipado em 1928, anexado a Olinda em 1931 e restaurado como município em 1935. O livro sueco emigra para o nordeste conta a historia


Engenho Monjope
O Engenho Monjope, localizado no distrito de Cruz de Rebouças, no município de Igarassu (Grande Recife), foi fundado no século XVII a partir de terras doadas aos padres jesuítas em 1600. Com o passar do tempo, transformou-se num dos engenhos mais relevantes de Pernambuco, tanto economicamente quanto politicamente.
A propriedade prosperou entre os séculos XVII e XIX, chegando a contar com cerca de 100 escravos e produzindo até 22 caixas de açúcar em 1742. Sua capela dedicada a São Pedro foi erguida em 1756, reformada em 1816 e ganhou torre sineira em 1926. A casa-grande, a senzala, a fábrica (moita) com roda d’água metálica e a casa do capitão-do-mato estão entre os poucos exemplos de conjunto arquitetônico completo ainda existentes no estado.
O engenho também desempenhou papel estratégico na cena política local. Em dezembro de 1859, o imperador Dom Pedro II foi hospedado na casa-grande durante sua visita a Pernambuco. Na época, a propriedade pertencia a Manoel Joaquim Carneiro da Cunha, o Barão de Vera Cruz, figura influente na Revolução Praieira de 1848.
Ligação com Paulista
Apesar de estar em Igarassu, o Engenho Monjope está relacionado à história de Paulista por fazer parte do contexto regional dos engenhos que formaram a base econômica e social da Região Metropolitana do Recife. Esses estabelecimentos moldaram a paisagem, as rotas de comércio, as disputas por terra e poder político, fatores que influenciaram diretamente a formação histórica de municípios vizinhos como Paulista. Assim, Monjope faz parte do mesmo ecossistema colonial onde surgiram também os engenhos de Paratibe, responsáveis pelo início da urbanização e identidade paulistense.
Hoje o Engenho Monjope encontra-se tombado pelo Estado, mas em estado de abandono, cercado pelo mato. Projetos apresentados pela Fundarpe e pela Pousada Monjope preveem a restauração e transformação no local em Centro Cultural e turístico, mas ainda carecem de recursos para serem implementados.

Porto Arthur: um cais com identidade paulistense
Desde o início do século XX, o Porto Arthur foi erguido pela influente família Lundgren, pioneira na indústria têxtil de Paulista, como uma estrutura estratégica na margem leste do Rio Timbó. Construído por volta de 1905 e estendendo-se por aproximadamente 1 km, todo o maquinário veio diretamente da Inglaterra, consolidando um porto de carga fundamental para abastecer a cidade.
O objetivo principal era facilitar o transporte terrestre e fluvial de tecidos, algodão, tijolos, equipamentos e insumos usados nas obras dos prédios e fábricas paulistas, inclusive a icônica Igreja de Santa Isabel, e as chaminés das antigas tecelagens. Na ocasião, Paulista contava com cerca de 32 km de ferrovia ligando o centro à beira do rio, criando um corredor logístico que partia diretamente desse cais.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Porto Arthur ganhou ainda mais relevância ao intensificar o transporte de alimentos e mercadorias, por temor à escassez regional. No entorno do porto, formou-se um pequeno povoado com cerca de 16 casas ocupadas por pescadores e trabalhadores portuários. Foi nessa comunidade que, em 1950, se inaugurou uma escola rural batizada de Arthur Lundgren, em homenagem ao filho do patriarca sueco, o que reforça os vínculos familiares com o local.
No entanto, o cais e a escola foram desativados na década de 1960, com o encerramento das operações portuárias. O antigo povoado ficou abandonado e mergulhado na vegetação, hoje, o entorno se configura como uma área de excelente preservação ambiental, com manguezais remanescentes e trechos de Mata Atlântica intocados.
Significado para Paulista
Porto Arthur simboliza uma fase de crescimento e modernização de Paulista, integrando transporte fluvial, indústria e urbanização. Ele conecta os tempos coloniais dos engenhos ao dinamismo industrial do século XX, reforçando a história de transformação da cidade.
Hoje, o local permanece como testemunho silencioso desse passado industrial, ainda visível do rio Timbó. Seu gigantesco paredão de pedras, com mais de 600 metros, lembra os antigos dias de carga e comércio, agora envoltos por silêncio e natureza.
Alto Sumaré
O Alto Sumaré é uma rua localizada no bairro Centro, em Paulista, Pernambuco. Apesar de seu nome remeter a uma elevação imaginária, trata-se de um logradouro urbano que preserva parte da memória local, embora não seja amplamente conhecido em documentos oficiais. Um ponto de curiosidade e história silenciada de Paulista.
A região por trás do nome “Sumaré” é lembrada principalmente por sua ligação à Vila Sumaré, um conjunto de sobrados construídos no início do século XX pela família Lundgren (donos das fábricas Aurora e Arthur) para abrigar técnicos europeus. Essas casas, com piso de madeira nobre e janelões, margeavam a antiga Mata do Frio, um refúgio natural e ameno para os moradores da época. Atualmente, a vila encontra-se praticamente esquecida, ameaçada pela especulação imobiliária e cercada pelo mato, sendo pouco lembrada pela Prefeitura ou Fundarpe.
Embora o Alto Sumaré não tenha sido palco de grandes eventos históricos, sua existência remete a um passado industrial paulistense marcado pela presença dos Lundgren e pela organização de áreas residenciais para operários especializados. Essa relação indireta com o patrimônio urbano e social de Paulista torna o local relevante para compreender como a cidade se estruturou no entorno de seus polos têxteis e a projeção habitacional que veio junto com eles.
Hoje, o Alto Sumaré permanece como um vestígio discreto da urbe, uma rua central, com nome curioso, que conecta o presente à herança de um tempo em que a indústria e o clima cortês da vila se entrelaçavam com as matas e mangues que ainda subsistem em recantos da cidade. Uma lembrança de que até logradouros aparentemente simples carregam, no seu nome, fragmentos da trajetória paulistense.

Templos que contam histórias
● Igreja Matriz de Santa Isabel Rainha de Portugal: erguida entre 1946 e 1950 pela família Lundgren em homenagem à matriarca Elizabeth Lundgren. Sua pedra fundamental foi lançada em 13 de janeiro de 1946, com presença do arcebispo Dom Miguel de Lima Valverde, sendo inaugurada em 29 de junho de 1950. Estilo eclético (romano, neoclássico, neogótico), com 60 m de altura e destacado em tijolos aparentes, hoje é um dos principais cartões-postais e um bem tombado pelo CEPPC desde dezembro de 2018.
● Igreja Nossa Senhora dos Prazeres: construída em 1656 por João Fernandes Vieira, foi a primeira paróquia do município. Ficou em ruínas após incêndio em 1959, mas a imagem da santa sobreviveu – considerada um milagre e agora voltou à capela Jesus Redentor em Maranguape 2. Aonde o padre joao ribeiro se enforcou
● Igreja Nossa Senhora do Ó (1811) e Nossa Senhora da Conceição dos Médicos (1812): templos coloniais preservados na orla do litoral paulista, todos de nave única e estilo simples, fixando raízes religiosas e culturais do século XIX.
● Capela de Santa Clara, no Jardim Paulista, inaugurada em 1989 e elevada à paróquia em 2016 — exemplo da expansão urbana e religiosa das últimas décadas.
● Igreja Nossa Senhora dos Milagres tem sua história ligada a uma fonte de água considerada milagrosa descoberta durante a construção do templo, no ano de 1810. A água, com fama de curar doenças, atraiu romeiros e impulsionou a construção de casas para abrigá-los no terreno da igreja. A igreja, também conhecida como Igreja Santa Cruz dos Milagres, é um local de devoção e fé, atraindo fiéis e visitantes interessados em sua história
Marcas arquitetônicas e culturais
A Família Lundgren deixou marcas até no urbanismo: os casarões, chaminés das fábricas Aurora e Arthur, e o Teatro Paulo Freire são memórias da era têxtil. Em Pau Amarelo, o Forte de Nossa Senhora dos Prazeres, erguido em 1729 e tombado pelo IPHAN, reafirma o passado militar e colonial da região.
O litoral e a natureza
Paulista se orgulha de suas praias — Janga, Pau Amarelo, Conceição, Maria Farinha — onde diques e rios (como o Timbó) moldam paisagens singulares, conexão entre a cidade e o mar.
Paulista é um mosaico de histórias — do engenho colonial ao dinamismo industrial, da fé enraizada nos templos seculares à vida urbana moderna. Cada igreja, cada ruína, cada chaminé conta um capítulo; figuras como Jerônimo de Albuquerque, Gonçalo Leitão, os Lundgren, João Montenegro e João Fernandes Vieira dão alma a esse lugar.

Bandeira de Paulista – História e Simbolismo
A bandeira de Paulista foi criada em setembro de 1970 e oficialmente adotada em 26 de maio de 1971, com projeto assinado pelo artista Mestre Hildebrando Eugênio.
Descrição e Significados
Cruz (saint‑andre) formada por duas faixas que se cruzam simboliza o brasão no centro da bandeira.
Brasão central: traz uma roda dentada com chaminés, referência ao histórico polo industrial, ladeado por ramos de algodão e oiticica, plantas que foram importantes fontes de renda em tempos coloniais.
Cores principais:
Amarelo e azul, representando respectivamente as riquezas e o céu ou os rios da cidade;
Marrom, evoca o solo e a força do trabalho industrial;
Branco, simboliza paz e integridade.
Lema: “Ordem e Trabalho”, inscrito no escudo, reforça o caráter laborioso e disciplinado da cidade.
Faixas cruzadas representam a união entre duas importantes famílias, uma nativa e outra imigrante, em harmonia pelo desenvolvimento do município.
Elemento de Luto
À direita do brasão, duas faixas pretas simbolizam o luto oficial pelo falecimento dos ex-prefeitos Cândido de Assis Queiroga, Raimundo Barbosa de Almeida e Pedro Félix de Medeiros, uma homenagem solene à memória de seus serviços ao município.
A Estrela da Identidade
Acima do brasão há uma estrela única, que representa a presença de Paulista na Federação, destacando o município como entidade autônoma e luz própria dentro de Pernambuco.

EVENTO HÁ 65 MILHÕES DE ANOS FOI O MAIOR JÁ OCORRIDO NA TERRA

A 25 quilômetros do Recife, na praia de Conceição, em Paulista, está o único registro da América do Sul da maior tsunami de que se tem registro na Terra, fenômeno ocorrido há 65 milhões de anos. O evento provocou ondas gigantes e marcou o fim da era dos dinossauros. A relíquia histórica fica exatamente onde existe a antiga fábrica de cimento Poty, que hoje funciona apenas com a captação de argila para a fabricação de pozolana, um dos componentes do cimento, hoje fabricado na empresa da Poty na Paraíba. A megatsunami de 65 milhões de anos atrás aconteceu depois da queda de um meteoro na Terra.
O que existe na antiga fábrica é a chamada formação de rochas de carbonato de cálcio Maria Farinha, um paredão que vai do litoral de Pernambuco até o Estado da Paraíba. Na década de 90, o geólogo Gilberto Athayde Albertão, que trabalha na Petrobras da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, encontrou na área da fábrica de cimento fragmentos de fósseis de vários animais e vegetais de tamanhos diferentes em meio à rocha, o que dava a impressão de ter havido uma catástrofe no mar. A partir de cálculos, o especialista concluiu que somente ondas de 20 metros de altura e 112 quilômetros por hora seriam capazes de produzir aquela situação.
"O evento revolveu o fundo do mar, formando uma rocha diferente, exótica, que contém restos de carapaças calcárias de animais e um nível anormal de irídio, que é um elemento químico trazido à Terra somente por meteoritos", explicou o geólogo. O engenheiro de qualidade da Poty, Antônio Marinho, trabalha no local nos últimos seis anos e disse que já tinha ouvido falar que no local havia um mar. "Já encontrei diversos dentes de tubarão, eles são vermelhos. Também já achei conchas. Sempre entrego aos estudantes das universidades que vêm para cá estudar", contou.
Destruição - Para se ter uma idéia do que representou a megatsunami daquela era, o mesmo fenômeno ocorrido no último dia 26 de dezembro, que vitimou mais de 226 mil pessoas em treze países da Ásia e África, resultou em ondas de até 10 metros. Tsunami é uma palavra japonesa que significa grande onda ou sucessão de ondas marinhas que se deslocam em alta velocidade, podendo viajar a mais de 700 km/h e com grande comprimento, podendo ter mais de 100 quilômetros. O fenômeno pode ser também de pequena amplitude e ter várias origens. Por trás delas estão tremores sísmicos ou terremotos no assoalho oceânico, vulcanismos ou deslizamentos e avalanches submarinas.
Albertão contou que o meteoro caiu numa parte rasa do mar da Península de Yucatán, no México, formando uma onda que se propagou. O evento no Brasil foi menos devastador. Lá, formaram-se ondas de até um quilômetro de altura, o que ocasionou a destruição do Haiti e de partes do litoral mexicano e norte-americano. Assim como a última tsunami, a primeira também mudou a geologia do planeta.

EM MARIA FARINHA
As primeiras evidências do tsunami no Brasil foram encontradas pelo geólogo Gilberto Athayde Albertão, da Petrobras. Estudando as rochas calcárias da chamada formação Maria Farinha, no litoral de Pernambuco e Paraíba, o cientista descobriu uma série de anomalias ligadas ao impacto que extinguiu os dinossauros e à onda monstruosa provocada por ele.
Trata-se do único local em toda a América do Sul onde foi encontrado um registro geológico da chamada fronteira K-T (Cretáceo-Terciário), o limite entre as eras marcado pelo choque do asteróide. Entender esse limite é fundamental para a compreensão de como evoluiu a vida na Terra, pois ele encerra uma das maiores extinções em massa da história.
As evidências da fronteira K-T têm sido encontradas em lugares tão diferentes quanto a Itália, a Dinamarca e a Nova Zelândia. Elas consistem principalmente em microesférulas (grãos de vidro microscópicos produzidos pelo calor do impacto e lançados na atmosfera), no chamado quartzo de impacto (cristais também transformados pelo choque) e em níveis anormais de irídio, um elemento químico raro trazido à Terra por meteoritos.
Tais pistas nunca haviam sido localizadas na África ou na América do Sul, o que levou alguns céticos a duvidar da hipótese da queda de asteróide como causadora da extinção dos dinossauros.
No meio dos anos 90, Albertão, então aluno de mestrado na Universidade Federal de Ouro Preto, se lançou à busca. “Achei que fosse estar procurando uma agulha no palheiro”, recorda-se. “Tinha todas as bacias sedimentares do país para procurar.”
Maremoto
O pesquisador foi levado a Pernambuco após o levantamento de todas as rochas suspeitas de abrigar a fronteira K-T na base de dados da Petrobras. Foi parar na pedreira Poty, uma mina de calcário a 2 quilômetros do mar no município de Paulista, perto de Recife.
O local já havia sido estudado por paleontólogos (especialistas em fósseis) da Universidade Federal de Pernambuco. E havia coisas estranhas ali: fósseis de foraminíferos, animais marinhos microscópicos cujas carapaças compõem a rocha calcária, eram substituídos por outras espécies de repente ao longo do paredão rochoso.
Uma análise química realizada nos EUA confirmou que, em um certo ponto da rocha, havia 69 vezes mais irídio do que no restante dela. E as microesférulas de vidro estavam lá.


Conheço Paulista na ponta do pé, na palma da mão, na mente e no coração
Paulista não é apenas a cidade onde cresci, é parte da minha essência. Conheço suas ruas, seus bairros e a história de cada canto, porque vivi e continuo vivendo lado a lado com o povo que constrói essa cidade todos os dias. Meu amor por Paulista vai muito além das palavras, é um compromisso que carrego com orgulho, de cuidar, preservar e lutar pelo que é nosso. Faço questão de manter viva a memória da nossa história, porque acredito que um povo que conhece suas raízes é um povo mais forte e preparado para enfrentar os desafios do futuro. Paulista sempre foi, e sempre será, a razão da minha luta, do meu trabalho e da minha dedicação.